segunda-feira, 9 de novembro de 2009

esse post era pra ser publicado na ultima sexta feira mas ficou esquecido nos rascunhos.

ontem foi uma noite tranquila depois de um dia de afazeres domésticos reconfortantes. me lancei em um desafio pessoal de cortar tudo o que  consumo e me faz mal. a compulsão por coisas erradas que eu tenho desde que eu descobri que agredir a mim mesma me salva de mim mesma, tem me destruído dolorosa e vagarosamente e eu cansei de me afastar dos meus bons princípios pra sordidamente tocar a porta do inferno. não fui uma boa pessoa esse ano. nem pra mim nem pra pessoas que eu amo. e a conta a pagar é muito cara. decidi dividi-la em prestações e honrar minha dívida. e qundo você tem amigos de verdade e que são as melhores pessoas do mundo toda a luta do bem contra o mal vale muito a pena. ontem no fim de tarde eu saí pra fazer coisas de mulherzinha e quando voltei a minha normanda estava sentada com seu copinho de cerveja  me esperando na sala em silêncio. prá que eu preciso de mais? foi um momento glorioso que eu nunca vou esquecer. toda a nossa conversa sobre a absurda estória da menina da uniban e seu alunos escrotos, ouvindo patrick wolf, separando meus discos, escolhendo meu modelo e saindo juntas pro carniceria me faz ter certeza de como sou sortuda de ter os melhores amigos do mundo do meu lado. pra que a gente precisa mais? não sei, só sei que a gente precisa. a gente precisa dar aquele presente de aniversário atrasado e cobrado pro seu amigo que nunca esqueceu o seu. como o livro do erasmo carlos, minha fama de mau, que eu dei pro tibira ontem e que nós sabemos que é pouco pelo puta cara que é. precisamos de mais. sim, precisamos. precisei não ir na tal festa da absolut, chic, elegante e cheia de gente bonita pra ir pro bexiga com meus amigos que como eu estavam mais pra um show vazio de blues na rua aurora e uma sinuca na praça roosevelt do que uma festa no shoping iguatemi. mais? sim, virar a esquina e dar de cara com o mathias e o marinho, amigos de uns quinze anos atrás e que eu não via há uns dez, bebendo em um boteco na frente do kilt e perceber que quando se é de verdade nada muda em uma, duas, ou três décadas. o mathias, tour manager profissa que cuida de todo esse povo do rock que vem pra ca, "tinha acabado de por o marky ramone pra dormir", na suas palavras carregadas de um sotaque alemão que ele não perde nem depois de vinte anos de brasil. o mesmo marky ramone que estava lá, de rock star, nessa festa que eu não quis ir. o meu fim de semana começou ontem e muito bem. venci a primeira etapa do meu desafio. e apesar de muita cerveja, um chivas, uma vodka e uma caixa de neosaldina eu acordei em paz e de óculos  escuro enquanto o minhoca e a bibi dormem no meu quarto como anjos com medo do barulho da britadeira do centro da cidade. ta tudo bem. tudo sussa. precisamos de mais? sim, precisamos. mas desacelerando na curva e não queimando a largada.

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