quarta-feira, 18 de março de 2009

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seu negócio é política. o meu é um bar.


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obituário.
jeová.
tava na esquina do boteco da barão do bananal. 'acordou morto.' falou a vizinhança. diz que o IML demorou tanto que o velório dele foi ali mesmo de tanta gente que veio ver.
cada pessoa olhando aquele corpo ja tinha dado uma moeda pra pinga do jeová. a tata falou que as vezes ele levava um miojo pra ela por na água e ela misturava com arroz e feijão pra dar uma engrossada na comida. 'bebia muito. comia pouco'. disse ela. a tata sempre tem razão.
todo mundo falou da morte na pompéia: 'era mendigo mas nunca fez mal a ninguém.' 'não queria saber de trabalhar só de beber.'
e bebeu. até morrer. como queria.

clodovil.
uma das bichas mais conhecidas do brasil se não a mais. não tem uma dona de casa que não gostasse dele e ouvia atenta sua opinião. chegou ao congresso nacional. brasília não era bem um ambiente pro clô mas ele insistiu tanto que foi eleito. era famoso. morreu de derrame. tentando mudar alguma coisa nessa merda de país. um dia ele elogiou meu som em algum lounge x de alguma semana de moda. eu fiquei feliz que ele gostou. ficou ali sentado na minha frente tomando champagne de graça, balançando a cabeça com a música e sendo legal com as pessoas. fino e cordial.

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