terça-feira, 31 de março de 2009

Não sou gótica. E amo a Leila Diniz.

Nada como voltar pra sua casa depois da casa da sua mãe e como voltar a consciência depois de uma depressão. Como um final de domingo e uma segunda feira inteira poderia ser tão pesado pra você? Como esse monstro entra dentro da sua mente e te assola o cérebro de tal maneira que te faz perdida a te procurar dentro do próprio corpo? Que labirinto é esse que tenho que enfrentar tentando encontrar a saída se mal enxergo o caminho pra subir o elevador do coração a minha cabeça? (falando em labirinto...) E por que quando você pensa que todas as luzes se apagaram e a culpa é só sua por não ter pago a conta do seu passado de paranóias mal resolvidas, um fósforo se acende ali no fundo da sua alma e bota fogo nessa fogueira que você pensava nem existir mais cinzas, ali naquele canto, provavelmente na esquina da sua veia aorta? Não sei as respostas e também me recuso a procurar analistas. Enquanto ainda for capaz de acordar e passar meu próprio café sem pedir ajuda serei capaz de destruir esse monstro que aparece prá me dar oi em algumas fases da minha vida. E aí é aquela hora clichê da frase clichê de exorcizar esse demônios de alguma forma. Os artistas fazem isso muito bem. Sorte nossa. Não sei se exorcizei estes ou se estou dando o truque achando que eles foram embora sozinhos junto com aquele pesadelo horrível. Tristeza não tem fim mesmo, já diziam por aí. Felicidade sim? Sempre.

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Então que eu me lembro daquela frase no msn do meu amor me mandando ler um livro em vez de ler blogs. Eu me irritei porque ele tava certo. E então comecei a biografia da Leila Diniz de Joaquim Ferreira dos Santos que a Normanda me deu no Natal e eu só tinha sentido o cheirinho das páginas que eu tanto gosto de cafungar nos livros. A Leila foi uma mulher maravilhosa que morreu cedo demais. Viveu menos do que eu já vivi e com quatorze anos já sabia mais do que sei. Tem mulher que é assim e eu vivo cercada delas. Dessas fortes e intensas que inebriam qualquer ambiente quando chegam e fazem todo mundo olhar pra elas mesmo que a intenção seja se passarem despercebidas. O biógrafo conta no livro que o Domingos de Oliveira, diretor de Todas as Mulheres do Mundo (o filme que lançou a Leila como símbolo da liberdade feminina dos anos 60 no Brasil) e um dos seus grandes e primeiros amores definiu assim nossa musa:

"" No início dos anos 60 havia uma espécie de ácido lisérgico feito de pingo. Vinha num papel poroso, um pingo em cada quadrado. Diziam que era perigoso tomar ácido de pingo, porque a mão que deixasse cair o pingo podia tremer e pingar duas gotas. Pois eu acho que Deus jogou duas gotas de pingo na vida de Leila. A característica básica dela era a vitalidade. Uma resistência física brutal."

É impossível ler tais sábias palavras e não pensar em alguma mulher que você conheça e que seja exatamente assim. Eu pensei na Nega. Confesso. Na hora. Na lata. A Nega é duas gotas. As irmãs Dias também são. A Marcelle... Quanto a Leila eu ainda to na página 82 e já tô curada. ;-)

E assim termina esse post.

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4 comentários:

bitter sweet disse...

Enquanto ainda for capaz de acordar e passar meu próprio café vou continuar seguindo assim: duas gotas!

o boxe foi bom pra estravazar.
vamo sair amanha?

quero te ver.

bitter sweet disse...

ah!
e eu sim
sou gotica
uhuuuuuuuuuu!

cap disse...

ouvi falar que o ácido lisérgico é bom para tirar manchas também.

Anônimo disse...

Hummmm... o bicho sempre vai embora, o drama é qdo a gente chama ele de volta...
Por isso colocação tem que ser entre amigas e todas fofitas e felizes, senão...rs

E qto a parar de ler blog eu concordo, só lê o meu que é novinho ainda, vai!
bjjjjjj