o roberto nos juntou.

estou indo no show do roberto carlos no ibirapuera com minha mãe, minha irmã, minha tia e a tata.
eu cresci ouvindo roberto com minha mãe na época em que ainda tocava música na minha casa. eu sempre digo que quando uma casa para de tocar música é porque muita coisa ta errada. ou faltando. o último show que fui com minha irmã provavelmente foi de algum cantor sertanejo em algum rodeio de serra negra na época que a gente andava juntas e sabia o que tava acontecendo uma na vida da outra. a tata é minha mãe preta e me criou e capricorniana como eu gosta de viver intensamente, de beber intensamente, de se emocionar ao máximo mesmo que a gente se perca no caminho. eu nunca fui em um show com a tata, então já estou chorando de emoção antes do roberto cantar detalhes. essa minha tia era mulher do meu tio que morreu e que eu mais amava. jornalista, de esquerda e sensível como ninguem da familia sabia ser, era meu tio preferido e morreu prematuramente. a mulher dele desapareceu depois do velório, sumiu com as crianças e só reapareceu agora. 20 anos depois. e comprou os ingressos do show do robertão. vai entender. sim, eu entendo. e vou me emocionar pra caralho. como uma velha que sou.

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