no fun?

apropriado pra esse sábado.
vesti minha camiseta mais podre sid & nancy, minha havaiana suja de pedreiro, minha pele mais oleosa, atravessei o arouche com suas calçadas fervendo de bis pacíficas, normais e sensuais brincando de passa anel na gangorra, a vitrine das flores na meia luz, as portas sempre abertas do econ a minha espera. ainda não é meia noite mas é quase. tá tudo muito tranquilo apesar de tudo indicar que ia estar um caos. o repositor de mercadoria organiza o inorganizável e canta um sertanejo que eu não identifico. e canta bem o moço. eu me imagino sendo um caça talentos descobrindo o novo ídolo do brasil mas só pergunto se tem mais uma caixa do que quero ou se a única é a que está violada no refrigerador. parei de divagar, paguei minha comida congelada, processada e enlatada e desatravessei a praça que repito tá muito calma. e ninguém me pediu nada hoje. não tinha um moleque pedindo moeda. talvez mais tarde.

casal surdo e mudo que samba sem ouvir. passista que come arroz feijão e batata frita no dia do desfile. eu não mudo de canal. gosto das bagaceiríces, dos bafons, dos micos ao vivo, das musas, das fantasias, da putaria e da cuíca. da bateria. é realmente a única vez que rico paga pau pra pobre nesse país. ciao, vou comer junk food e assistir rede tv.

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